1 mês de Brasil!

Bah, blog totalmente abandonado, que feio! Mas agora que já estamos em terras tupiniquins a um mês e já colocamos nossa cabeça no lugar, talvez role de escrever sobre o mochilão e os lugares afudês. Mas, como é  um momento nostálgico, vale lembrar do que foi esse um ano de intercâmbio e da readaptação.

A volta é ótima, estar em casa com a família e com os amigos que sentíamos falta é muito bom, comer a comidinha da mãe então nem se fala.. Mas estar em Dublin e ter feito esse intercâmbio foi a melhor coisa do mundo. Iria e faria tudo de novo, e tudo na mesma intensidade.

Chegada em Porto Alegre

Intenso e instável são as duas palavras-chave do meu intercâmbio. Tudo que tu vive lá é muiltiplicado por três. E, se num dia tu tá mega feliz, no outro tu pode estar deprê só querendo um colinho de mãe. Lá pelo 5o mês me deu uma vontade louca de voltar. Mas não voltei, e foi a melhor decisão. Não teria vivido metade das coisas que vivi nos 6 meses que ainda faltavam. Uma coisa que tu tem que ter muito em mente é que aquela oportunidade pode ser a única na vida. Não sabia mais quando teria dinheiro para conhecer aqueles lugares, mas sabia que Porto Alegre estaria sempre ali, e sabia que a saudade da família e dos amigos seria matada na volta. Hoje respeito o tempo que cada um quer viver essa experiência, não é fácil ir pra um país sem saber direito a língua, a cultura, sem conhecidos por perto.

Natal via skype com a família

Acho que todos tinham que fazer intercâmbio, independente de quantos meses. É uma língua que tu aprende ou aperfeiçoa, é uma cultura nova que tu conhece, lugares incríveis visitados. Sei lá, tua cabeça abre, teu mundo abre. A gente se acostuma muito com as coisas do nosso mundinho e não consegue expandir o pensamento e o conhecimento. Antes, coisas que pareciam banais - como não usar sacola plástica no super, por exemplo - começam a fazer parte do teu dia-a-dia e tu começa a ter consciência e posicionamento crítico. Tu quer inserir coisas da nova cultura que tu viveu na tua cultura, e isso é muito legal. Fora as comparações que tu acaba fazendo com o Brasil, mas nesse ponto dá até tristeza..

Christ Church - mesmo vendo ela todo dia não deixamos de nos encantar

Outra coisa que mudou é que sou muito mais confiante em mim. Antes me cagava de medo até de fazer entrevista de estágio (traumatizei) mas depois de ter feito entrevistas em inglês, de ter cuidado de três guris (coisa que nunca tinha feito), de ter morado com uma família desconhecida, de ter sido diarista, tudo parece fichinha. E vão trocar fraldas cagadas e ensinar um a usar o pinico os que acham que não é grande coisa!

meus três babies

É bom voltar pra casa com o objetivo além do cumprido. Voltei falando bem melhor inglês graças aos meus filhos, voltei tendo uma família irish emprestada, tendo uma segunda casa. Voltei amando uma nova cultura e gostando de Guinness. Voltei conhecendo vários lugares e voltei zerada sem um euro no bolso (snif). Voltei apreciando pequenas coisas da minha rotina de Porto Alegre e até coisas da cidade que antes não tava nem aí. Voltei querendo viajar mais ainda!

Só tenho a agradecer por ter tido essa oportunidade e agradecer a todos que fizeram parte da minha vida dublinense. Já estou com saudades de muitos!

E pros que ainda pensam que é melhor investir dinheiro em carro, roupas ou sei lá mais o que, é porque nunca experimentou VIAJAR por aí. E vale até uma ida pro Lami. ;)


Foi demais tudo que vivemos lá!

Ana

Mochilão!

Amanhã bem cedinho - 5 da manhã - partimos pro aeroporto e damos início ao fim dos nosso intercâmbio. A primeira parada é Bruxelas, e o caminho é longo até o retorno a Dublin. Bruges, Amsterdã, Hamburgo, Berlin, Praga, Viena, Innsbruck, Veneza, Roma, Cinque Terre, Cap D'Ail, Nice, Barcelona, Madri, Lisboa, Lagos e Faro. No fim ainda temos mais 5 dias aqui em Dublin pra nos despedirmos dessa MAGNÍFICA cidade que tanto nos deixará saudade. No fim de junho estamos de volta a Porto Alegre! No período da viagem estaremos desprovidos de internet, então o blog provavelmente ficará abandonado. Mas na volta contamos os detalhes. Vão ser 40 dias na estrada, muitos lugares, comidas e cervejas novas a conhecer. Um forte abraço pra todo mundo!

Arthur

O verão já começou...

Isso aí, o verão aqui na Irlanda começa hoje, dia 1o de maio. E não, não está uma temperatura agradável, pelo contrário. Estamos abaixo de chuva, vento e com temperaturas de 4 a 10 graus. Pra galera de Porto Alegre que já tá falando que tá frio, agradeçam que o frio chegou na época dele e que ele vai embora, porque aqui, pelo jeito, ele vai ficar por mais alguns meses....

Mas eu ainda não tinha falado sobre as estações aqui. Acho que os irish adoram ter uma exclusividade. Não basta falar yous ao invés do normal you no plural, não basta chamar o dinner de tea e o lunch de dinner, não basta responder not too bad ao invés do i'm fine quando perguntam como tu tá. Não, eles querem mais. Daí porque não ter meses diferentes pras estações do ano, né?

De acordo com o calendário celta, o verão começa dia 1o de maio, o outono dia 1o de agosto, o inverno dia 1o de novembro e a primavera dia 1o de fevereiro. O calendário celta era dividido em dois, metade do ano escuro, metade claro. Em novembro começava a parte escura - o inverno - e em maio a parte clara - o verão. Também tem algo relacionado com o tempo das colheitas e tal.

O mais legal disso é que é um calendário pagão, num país mega católico. Os meteorologistas não reconhecem essas datas. Mas, nas escolas, nas creches até, é o que eles ensinam e é o que todos os irlandeses sabem. Meses atrás, quando o Charlie, um dos meus filhos que cuido, veio da creche falando que tinha começado a primevara eu achei estranho mas não falei nada. Depois, conversando a com mãe dele, ela me explicou que são datas só daqui, tradicionais, mas ela não sabia explicar o motivo e também não sabia direito quando começavam as estações nos outros lugares.

Legal né? Pena que esse verão tá mais pra inverno!

Ana

2 MESES!

No início, a contagem regressiva era pra virmos pra Irlanda, agora é pra volta. Não que não estamos gostando daqui... bom, a verdade é que nem sei dizer direito o que tô sentindo. É uma vontade de estar com a família, com os amigos. É uma saudade de coisas ridículas, saudades da comida, de não fazer nada no domingo e assistir Faustão (até dele!) tomando um chimas com a família, de ser acordada pela sogra com um: "levantem que o almoço tá na mesa!", de ter um trabalho 'de verdade' (se é que estágio pode ser considerado trabalho de verdade), de sair com as amigas, fofocar. Acho que o que mais sinto falta é de VER, TOCAR E SENTIR as pessoas, porque pelo skype, facebook e e-mails, não é a mesma coisa. Mas também, ao mesmo tempo, que falta sentiremos de Dublin! Que saudade que vai dar de caminhar de noite na rua com o mínimo de preocupação, de simplesmente sair e decidir na hora em que pub ir (e não precisar ligar pra mãe avisando). E também, se não gostar, por que não ir em outro? De não pagar pra entrar nos pubs, ah, isso sim vai dar saudade! Dos dias com todas as estações, do frio, do cheiro, das gaivotas, dos parques e da GUINNESS, que sério, não é nada parecida com a que vende no Brasil. A verdade é que Dublin nos conquistou e lembraremos daqui pra sempre.

Mas ok, dois meses de intercâmbio restam e as coisas estão se organizando. Já estamos com o mochilão de um mês e meio fechado - que começa dia 12! - e começando a estudar sobre os países, comprando roupas (tá, só eu tô comprando), imprimindo passagens e fazendo uma prévia da única mala  de mão de no máximo 10 kg que poderemos levar - te amo Ryanair (Y). Os meus filhos já sabem quem vai ser a nova mãe deles (outra saudade que vai doer demais). Só temos mais 7 dias de trabalho, e isso sim é uma alegria, hahaha! Já passamos a vaga do apartamento e agora só nos resta aproveitar nossas últimas semanas em Dublin e ir nos lugares daqui que ainda não fomos.

Resumindo, vir pra Irlanda foi a melhor coisa que aconteceu, mas voltar, vai ser ótimo! :)

Cheers!

Ana

Cliffs of Moher

Em plena segunda de feriado de páscoa fomos conhecer mais um lugar da Irlanda! O passeio foi de um dia, em torno de umas 12h, demorando umas 3h - menos até - pra chegar no lugar.

A primeira parada foi no Dunguire Castle. Diz a lenda que a família que morava ali era muito generosa e as pessoas iam lá pedir ajuda, conselhos e tal. Então se tu entra fazendo uma pergunta tu recebe a resposta até o fim do dia. Eu esqueci de fazer quando entrei, o Arthur fez mas pelo jeito ficou sem resposta! hehe

A segunda parada foi nas ruínas de uma abadia, a Corcomroe Abbey, que foi construída por volta de 1200. Dentro dela há a tumba de um rei, que dizem que foi o cara que construiu. Agora ela meio que serve de cemitério.

Depois conhecemos as terras mais inférteis da Irlanda, onde o solo é todo de rochas calcárias - The Burren. No período Neolítico, antes ainda das pirâmides, os moradores locais construíram tumbas para enterrar as famílias. A tumba mais famosa é a Poulnabrone Domen onde, durante escavações, encontraram mais ou menos 20 pessoas e 6 crianças enterradas embaixo da tumba com alguns pertences pessoais junto. Dizem que o portal também servia como local de rituais e cerimoniais celtas.

Finalmente, chegamos ao destino - Cliffs of Moher! Que lugar mais lindo! E que saudade que eu tava do Atlântico! hihihi. Mas sério, paisagem indescritível, só indo lá pra ver. A única coisa chata é que tem muro e tu não pode chegar muito perto da beirada do cliff, graças a uns italianos que anos atrás ficaram se fresquiando e acabaram caíndo morro abaixo. (Y)

Lugar com muitos suicidas precisa de uma placa dessas.

Apesar do vento e do frio, tivemos a sorte de pegar sol na hora que estávamos lá e NADA de chuva. Ela só voltou quando fomos embora. :)

Ana

Wicklow

Quando meus pais estavam aqui fizemos um passeio de um dia por Wicklow. Wicklow é um condado daqui e é conhecido por ser o Jardim da Irlanda. Ficou conhecido assim por ter váárias montanhas, parques e lugares lindos.

O que mais se via eram essas flores pelas montanhas. Elas têm cheiro de coconut. :)

Saímos de Dublin umas 9h, pra mais. Nossa primeira parada foi num café no alto das montanhas (óbvio que  a agência tem convênio com eles, mas ok). Diz a mulher que o lugar já foi várias coisas que não lembro quais, mas que serviu de lugar para refugiados da 2a Guerra.

A ruína do prédio dos refugiados.

                                 
Após um café, seguimos viagem. Próxima parada foi a ponte onde gravaram PS. Eu Te Amo. Lugar lindo, ponte linda, vista linda. <3

Passamos por onde gravaram Coração Valente, Excalibur e Michael Collins. Desses três só vi Coração Valente, e faz tempo ainda, então nem me lembro.

Conseguem imaginar o Mel Gibson de sainha escocesa aí?

E uns 5 minutos depois, paramos pra ver a MAIOR PINT DE GUINNESS DO MUNDO. O lago tem um nome que não lembro, mas é conhecido como Guinness Lake pelo formato e pela espuma ser semelhante com uma pint de Guinness. Parece que até areia da França eles importaram pra deixar mais perfeito.

    

Arthur encantado com a pint.

Casa de um dos donos da Guinness. Nada mais justo.

Merchan é sempre válido.

Depois do lago ficamos umas duas horas em Glendalough. Já tínhamos ido com a escola e já fiz post sobre o lugar aqui. Claro que pegamos um dia MARAVILHOSO e uma estação diferente, então a paisagem muda um pouco. Não custa colocar umas fotinhos aqui.

Depois de comermos uns sandubas numa grama bem verdinha e pegando um solzinho, voltamos pro busão e fomos pra uma cidadezinha que fabricam coisas de lã. Avoca o nome. Aqui em Dublin tem várias lojas dessa Avoca, mas é tudo MUITO caro. Uma manta mais de 60 euros, não rola (ainda mais sabendo que tem na Penney's por 4). A cidade não é nada de óó, imaginei mais bonitinha. Conhecemos também a fábrica dessa Avoca.

Arthur acabado num pub local.

Enfim, passeio muito bom e lugares LINDOS. Vale muito a pena ir! Recomendo.

Ana