A mala extraviada

Como dito no post anterior, terça fomos buscar a mala extraviada no aeroporto. Com breve atraso de meia-hora, o Luan chegou a Dublin CAGADO, com medo da imigração mesmo DEPOIS de ter passado por ela. Isso que dá viajar com uns pelos na cara e com um cabelinho moicano que a foto abaixo POR SORTE esconde. E semana que vem, acredito eu, o time estará completo... Já aproveitamos que estávamos no aeroporto e remarcamos nossa passagem de volta. Podem preparar a festa pro dia 26 de junho de 2012, que é quando, a princípio, retornaremos a Porto Alegre.

Hoje fomos na imigração pegar nosso GNIB, nossa "identidade" irlandesa. Era o único documento que faltava e agora finalmente somos imigrantes LEGAIS. Ouvi e li que muita gente espera muito tempo pra conseguir esse documento, mas a nossa espera não foi maior que meia hora. Foi mais rápido que o PPS, com certeza.

Luanzinho CAGADO achando que a imigração ia expulsar ele da Irlanda devido à fiasquenta recepção dos agora (e por um ano) cidadãos irlandeses.

Que crise, que nada!

Nem um mês de Irlanda e arranjamos nosso primeiro bico. O trabalho se resume a entregar folders de uma pizzaria de casa em casa e receber instruções de um vietnamita que fala meia dúzia de palavras em inglês. Desde que me paguem, beleza (pagam bem menos do que deveriam pelo DESGASTANTE serviço). Conseguimos a vaga porque um pessoal que morou aqui antes da gente nos falou do lugar. Domingo de tarde fomos lá no estabelecimento conversar com o dono e já no mesmo dia de noite esse vietnamita nos ligou para que começássemos na segunda. Vamos ver até quando nos manteremos na função, provavelmente pouco tempo, mas todo dinheiro é bem-vindo e toda experiência é válida.

E agradeço a todos irlandeses que não querem JUNK MAILS nas suas caixas de correio - assim me poupam o esforço de fazer as malditas caixinhas engolirem um folder em folha a3.

Mala extraviada

Não queríamos preocupar ninguém, então nem falamos que uma das nossas malas foi extraviada... mas tudo resolvido, amanhã estamos indo buscá-la no aeroporto - nem vamos trabalhar no dia. E nem na quarta, quando enfim vamos na imigração pegar nosso GNIB. Ainda somos ILEGAIS!

E - IMPORTANTE - deixo aqui o meu apreço à BRAVA VITÓRIA CELESTE! Exemplo de futebol transmitido ao vivo para todo a Irlanda, em canal aberto - diferente do Brasil... A Globo deveria ter transmitido pra ver se o "país do futebol" aprendia alguma coisa... Mas o blog é sobre a Irlanda...

FORTE ABRAÇO!

Arthur

The National Wax Museum

Aproveitando o sábado chuvoso, fomos no Museu de Cera aqui de Dublin.
Lugarzinho bem legal. Vamos por partes.

Tu entra primeiro na The Writers Room, a sala dos escritores irlandeses. Ali tem escritores que contribuiram para a literatura mundial, como Oscar Wilde.

Depois tu desce prum porão onde fica a parte do The Times Vaults of Irish History. Em cada sala, que pelo jeito eram cofres do antigo banco que funcionava lá, é contada um pouco da história irlandesa. Tem um áudio em inglês explicando as coisas, então eu meio que boiei, mas ok. Enfim, os bonecos e as cenas representam o pré-cristianismo, lendas irlandesas, figuras da época medieval, guerras - como a da independência da Irlanda - e figuras importantes - como St. Patrick (ele evangelizou os irlandeses e, através do trevo, explicou a Santíssima Trindade: pai, filho e espírito santo. Por isso o trevo é um dos símbolos da Irlanda).

St. Patrick e seu trevinho.

Passando isso, tu vai pra The Chambers of Horrors, onde tem o Drácula, o Frankstein e uma sala bizarra com uns pedaços de carne humana (de cera né). Não tiramos foto. Me borrei de medo e ficamos dois segundos em cada. Hihi.

Depois vem a parte mais legal - o Mundo das Crianças. Tem alguns super heróis, desenhos animados, bruxas e o Papai Noel. Tem poucos bonecos, mas é tri.

A Lala ao fundo.

Depois tem o hall dos ícones irlandeses, com apresentadores de TV, atores e tal. Na sala ao lado tem os bonecos de esportistas irlandeses.

Brincamos um pouco no Record in Wax, que tem equipamentos de gravação de CD. Quando tu entra, a voz do Bono Vox te recepciona. Também brincamos no estúdio de gravação de clipes. A gente apareceu na TV!

E finalmente fomos na sala The Grand Hall. Lá tem as celebridades em geral, desde Papa até Madonna. Tem também vários músicos e personagens de filmes. O que eu mais gostei foi o Leprechaun. :D

O irlandês mais alto.

Meu amigo Leprechaun.

Ana

Coisas de Dublin

Estando aqui há duas semanas, posso dizer que algumas coisas são diferentes do Brasil.

• Os ônibus têm dois andares e tu paga um preço dependendo da parada que tu desce. E tu paga tudo com moedinha. Se der dinheiro a mais que o valor, tu pega o troco na empresa do ônibus depois.
• Tem ciclovia por todas as ruas. O único problema é que os ciclistas não respeitam muito os sinais, e quando tu vê tem um quase por cima de ti.
• As sinaleiras fazem um barulho muito engraçado quando abre o sinal dos pedestres. Quando abre, porque às vezes acontece do sinal não abrir mesmo com a sinaleira fechada para os carros. Ainda não conseguimos entender a lógica.
• Os supermercados daqui não dão sacolas plásticas, tu paga mais por elas. Não achamos ainda um tão grande, como o BIG ou Zaffari, deve ser porque aqui eles não fazem o rancho do mês, eles compram aos poucos. Alguns mercados têm caixas de autoatendimento. Tu mesmo passa os produtos, coloca do lado pra pesar e paga, tipo aquelas máquinas de refri que tu enfia a notinha.. é genial! Ela ainda te dá o troco direitinho. Bebida alcoólica só para maior de 18 anos. De verdade, eles pedem carteira, sempre. Até nos caixas de autoatendimento a mulher tem que liberar o produto.
• Os parques, em dia de sol, ficam sempre cheios, não importando o dia da semana.
• Se vê bastante pai passeando com os filhos. No Brasil, é mais comum mães carregando as crianças, diferente daqui.
• Nas casas, o interruptor do banheiro fica do lado de fora. Ainda não me acostumei com isso. E não há tomadas dentro deles. Lavar a roupa é só em máquina de lavar, eles não usam tanque. Pelo menos nas casas que visitei e as do site não tinham.
• Não pagamos pela água e a conta da luz vem de dois em dois meses.
• O Arthur não pode entrar numa festa com um casaco da Nike, e parece que tênis branco eles também barram. A gente acha que deve ser por causa dos Nackers - grupo de piazada que se veste com moletom da nike e da adidas, e usam tênis branco também dessas marcas. Eles são os maloqueiros daqui. Já ouvimos várias histórias deles, que jogam coisas em meninas, que pedem cigarro e dinheiro pra comprar bebida. Não é com todo mundo que eles mexem, mas às vezes eles implicam de graça. Só vimos um grupinho desses até agora, e eles atiraram garrafa numa guria que passou. Do nada.
• Aqui não tem queijo ralado - pelo menos ainda não achamos no super. Se tem, não é uma coisa muito popular. Não tem também batata palha!!! Mercado brasileiro, aí vou eu! hehe.
• Não existem garis. Aliás, existem, mas são mais bem equipados. Eles usam um carro que vai varrendo e sugando toda a sujeira. Bem moderno.
• O correio daqui é péssimo. As cartas demoram muito pra chegar. Estamos até agora esperando a nossa carta do banco pra poder ir na imigração!

Por hoje é isso, quando lembrar de mais alguma diferença, ou coisas daqui, eu posto de novo.

Duas semanas que estamos em Dublin! A vida ainda tá boa, veremos até quando... Colocar um trabalho nesse corpo que tá precisando! hehe.

Beijos.

Ana

Howth

Sexta fomos até Howth, um condado praiano pertinho de Dublin. Deu uns 25 minutos de DART, o Trensurb local. 4,40 euros a passagem, ida e volta. A cidade é pequena e arrumada, lotada de gaivotas que cagam sem parar. Lá comemos nosso primeiro fish and chips, prato tradicional por aqui. Mas o motivo que todo mundo vai pra lá é pra fazer a trilha pelos cliffs. Muito bonito. Os atletas aqui não aguentaram a trilha inteira, claro, e voltaram no meio do caminho. Mas acredito que vimos o principal. Na volta ainda descemos até a praia e molhamos o pé nas gélidas águas irlandesas. Gélidas pra gente, porque tinha umas irish bem tranquilas se refrescando no mar. É um passeio bem bacana, vale a pena conhecer o lugar.

Howth vista da trilha dos cliffs

Cliffs

Cliffs

Gelada demais

Prainha e as irish se refrescando

Fish and chips

Arthur

Christ Church e Phoenix Park

Ontem fomos visitar a igreja que tem na rua de cima da nossa casa, a Christ Church, e de tarde visitamos o Phoenix Park, o maior parque fechado da Europa.
A Christ Church começou a ser construída em 1030 d.C e tem a aparência de hoje desde 1180 d.C., quando Dublin era dominada pelos anglo-normandos. Pagamos três euros pela visita, já que agora somos estudantes irlandeses. Achamos que foi um bom preço, pagar mais não valeria a pena.

O Phoenix Park é legal, mas enooorme! Não deu pra conhecer tudo. Fomos até a casa presidencial, na parte dos bambis e vimos o Obelisco, que não sei qual a história dele. As fotos ficaram terríveis, mas vou colocar só pra dar uma ideia. Ah, e vimos também esquilinhos, hihi.

Ana

Uma semana em Dublin

Sete dias na terra dos Leprechauns e já quase viramos um.. hehe. Já sabemos que o Tesco é o melhor super - com os melhores preços e variedades e, claro, com a grandiosa marca Tesco -, que a Penneys (se pronuncia pênis mesmo) e a Dunnes são AS LOJAS daqui, ainda mais agora que tudo está em SALE. Tem coisas MUITO baratas e tem de tudo. Já comemos MUITOS BAGUETES de 2 euros no centro, mas esses deixamos passar agora que descobrimos nossos fish fingers - dez por UM euro! Delícia de refeição. E não esqueçamos da lojinha de 2 euros, que é tipo um 1,99 do Brasil, só que com coisas realmente úteis e que custam mesmo 2 euros.

Mas Dublin vai muito além de coisas baratas. A cidade é limpa, tem gente do mundo inteiro (brasileiros até demais, mas beleza), igrejas medievais, museus, parques, um povo maluco, pubs, pubs, pubs, Guinness, Guinness, Guinness. E cidras pra Ana, bebida de mulherzinha MUITO doce que vendem como se fosse cerveja pros viadinhos se sentirem machos.

Ainda é meio difícil acreditar que MORAMOS aqui, que não somos turistas. Mas, tu vê, já abrimos conta em banco, ficamos quase duas horas esperando pra tirar o PPS (é tipo um cpf que nos permite trabalhar), fizemos carteirinha de estudante com o Rodolfo local do "DCE" daqui - a carteirinha dá desconto em vários lugares conveniados, desde McDonald's até museus. Parece que a cada gole de Guinness nos tornamos um pouco mais irish, inclusive com o accent do inglês deles, que é bem diferente, mas engraçado.

Hoje descobrimos o resultado do nosso teste de nivelamento de inglês.. estamos na mesma turma. O que é bem bom, um pode ensinar o outro. :D O plano amanhã é ir pra Howth, um vilarejo praiano perto de Dublin. Mas pra isso dependemos que não chova. Aliás, hoje pegamos a PRIMEIRA CHUVA aqui. Isso mesmo, foram SETE DIAS DE SOL! Uma coisa que, DIZEM, é quase impossível. Assim como diziam que não tinha insetos na Irlanda, mas hoje vimos a maior abelha do mundo, então...

É isso, meus queridos. Beijos e abraços nem tão saudosos, afinal, faz só uma semana.

Ana & Arthur

Nossa casa

Como tem uma galera curiosa pra saber como é o nosso lar-doce-lar, aí vai algumas fotinhos.

Cozinha, sala, hall de entrada e escadas; sala; cozinha; e os dois juntos.

Nosso quarto.. linda a colcha né? hihi.

Viu família, estamos bem acomodados. ;) Não se preocupem...

Ana

Sobre a procura

Agora que temos tempo, vamos detalhar como foi a busca por casas.

Quinta olhamos as casas pelo site daft.ie e mandamos e-mail pras que interessavam, ou seja, preço bom, bem localizada, perto da escola e morável. Tivemos umas oito respostas, mas só olhamos 5.

O primeiro apartamento era um amor, bem limpinho e organizado, com móveis novos e o quarto grande, mas os flatmates eram uns bomberman, muito arrogantes! Eram brasileiros, paulistas e não fomos muito com a latinha deles. Os caras tomavam banho na academia pra economizar água!! Mas ok, não eliminamos de cara. O segundo apartamento era muito bem localizado, do lado do Liffey (rio que divide a cidade). Ele era feio, não era bem iluminado, banheiro e cozinha mini sem janelas e o flatmate era um paquistanês bizarro (parecia o Bart, heha). Ele não saía do quarto quase nunca! Eliminamos. O terceiro foi o do John, o landlord do apto. Era um tiozinho irlandês que alugava o lugar, virou melhor amigo do Arthur (pelo menos era esse o sonho dele). Sério, era no 4o andar e subimos aquela escada com medo de que ela quebrasse. A entrada era pela cozinha, e tinha uma blusa de molho na pia, que era do húngaro que morava lá. O quarto até não era ruim, mas a sala e o banheiro... JESUS. O chão pendia pra um lado e cada passo era um rangido. O banheiro era podre, com janelas de vidro que não se fechavam direito... imagina no inverno. O pior é que era caro aquele muquifão. Eliminado de cara!

O quarto apartamento foi num lugar muito legal, com igrejas medievais aos arredores. O Arthur se apaixonou pelo local. Quando entramos no lugar, uma gaúchada nos recepcionou. Até mate tomamos. O apto é de dois andares, cozinha grande e sala no 1o e quartos e banheiro no 2o. O quarto era de casal, cama box com um edredon que amei, armários, piso laminado e bem arejado. Aliás, a casa toda era bem iluminada. Apesar da brasileirada predominar na casa, poderemos praticar o inglês com o italiano que mora na casa. Adoramos tudo! O último era longe da escola, mas o apartamento era um amor. Era de um francês, mas ele estava saindo e ficaríamos dividindo com um amigo dele, também francês. Gostamos bastante, era tudo reformado, novinho. Mas o custo/benefício não compensava.

Ligamos pra quarta candidata e ficamos com ela! Nos mudamos ontem de manhã e já organizamos nossas coisas. :D

Ana

Residência

É, já estamos de casa nova. Fica na região do Temple Bar (a cidade baixa irlandesa, GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES), ou seja, extremamente bem localizada. É perto da escola, no centro... Mais ou menos o oposto do que é a Vila Nova em Porto Alegre... Nossos flatmates serão duas gaúchas, um paulista e um italiano PORCO DIO. Ainda tem dois outros gaúchos que estamos tomando o lugar mas que ficam por aqui até a semana que vem. Passamos o dia inteiro hoje ao som de sinos medievais, já que NA FRENTE daqui tem umas 4 igrejas. Parece um castelo. Reza a lenda que foi onde a primeira bruxa irlandesa foi queimada... te cuida, Ana...

Hoje vamos sair com o pessoal daqui pra conhecer a noite irlandesa. Como a residência anterior era afastada da humanidade, nem dava pra gente sair.

Já até lavei a louça hoje, tu vê.

Arthur Viana