Dois meses

Segunda-feira completamos dois meses aqui em Dublin! Estranho, parece muito mais tempo... Vamos às novidades, já que faz tempo que não escrevemos nada por aqui.

Estou trabalhando! Vou ficar um mês substituindo um cara na cozinha do Bank of Ireland. Trabalho pesado, mas com pagamento recompensador. Como estou trabalhando full-time, tive que tirar umas férias antecipadas da escola. Hoje fui "promovido" - ao invés de passar o dia na frente da pia lavando panela, agora também ajudo em outras atividades mais tranquilas, como limpar as mesas e recarregar o freezer. Maravilha.

A Ana teve outra entrevista de emprego, pertinho aqui de Dublin. A vaga era de childminder e os piás falavam, além de inglês, espanhol. Mas não rolou (o que foi bom, porque metade do salário iria pro transporte público) e a luta continua.

Dia 24 fomos no show do Flogging Molly. SHOWZAÇO! Muito afudê! Um lugar não muito grande, do lado de casa, excelente! Vejam aí o vídeo que gravamos lá:

Beijos e abraços!

Arthur

Segunda entrevista

Esqueci de contar da minha segunda entrevista!
Enviei meu currículo para uma vaga de Childminder/Nanny (que é a babá que não vive com a família) pelo site Gumtree.ie e na quinta a mulher me ligou marcando uma entrevista pra sexta. Dessa vez foi na casa dela mesmo, em Dublin 4. A entrevista era às 14h30. Como não fazia ideia quanto tempo de ônibus ia levar até lá e como tinha visto no Google Maps que as casas eram todas iguais, saí de casa bem cedo.

Cheguei lá as 14h. Ia ficar dando um tempo na rua, mas como a criança tinha me visto pela janela, decidi entrar. A mulher me atendeu perguntando se eu era a Sabrina. Sabrina era a guria que ela ia entrevistar às 14h. Não, é a Ana Paula. Ela ficou meio sem saber o que fazer mas resolveu me entrevistar. A primeira coisa que ela disse foi.. me fale sobre você. Odeio essa pergunta em português, em inglês ia ser ótimo responder. Mas ok, respirada e inglês "fluindo". No meio da minha fala a campainha toca - GRANDE SABRINA, chegando atrasada! Tsc tsc. Como a Gobnait (o nome da mulher era esse!) disse, nada bom. Ela me mandou passear pela rua e pediu pra eu voltar uns vinte minutos depois. Dei uma volta na quadra e aproveitei pra ler meu caderno de aula e me lembrar de algumas palavrinhas em inglês. Depois que a outra lá saiu eu enfim conversei com a mulher. Não fiquei tão nervosa quanto a outra e consegui falar melhor.

A vaga era bem boa, pra cuidar de dois gêmeos de 7 anos por 3 horas durante 5 dias da semana. E o pagamento era bem bom também.

A resposta ia vir na sexta, mas no fim chegou no sábado. É pessoal, não foi dessa vez! Mas como toda boa brasileira...

Ana "Paolã" - como os irish falam.

Subindo de vida

Contrariando todos os especialistas que denunciam o fim da economia irlandesa, hoje comecei meu segundo emprego em um mês e meio em Dublin. De panfleteiro a lavador de prato, um salto na qualidade de vida! Mas vou contar a história toda.

Há umas duas semanas eu fui numa entrevista no Aviva Stadium. A ideia era trabalhar nos bares do estádio em dias de eventos. Acontece que a empresa que cuida dos bares do Aviva é tercerizada e presta serviços pra vários outros lugares na Irlanda e no mundo. Mas ok, fui na entrevista. A mulher que conversou comigo disse que ia entrar em contato e me fui esperar. E esperar. Até que ela ligou marcando uma "induction" (ui) na terça-feira às 16h. Demorei muito tempo pra entender INDUCTION e até agora não tenho certeza que entendi certo...  Mas feitoria. Terça às 14h, enquanto me embelezava pra ir, a moça me liga com a triste notícia de que a "induction" estava cancelada, mas deixou bem claro que ela ia ligar até sexta pra marcar outra. Não ligou. Malandra que minha namorada é, me aconselhou a ligar pra ela na segunda-feira. Liguei. E não é que ela tinha esquecido de mim? Disse pra eu ir no estádio na terça pra enfim descobrir o que é a tal "induction". Quando cheguei no Aviva, parecia uma festa aquilo: quase 100 pessoas (apesar de que eu não sou a pessoa mais confiável em estimativas de público) esperando pela "induction". Acontece que era só uns RPs e uns mulheres do RH explicando o que era a empresa e visão, valores bla bla bla. O importante era que  eu tive que preencher um formulário e a partir daquele momento eu estava CONTRATADO! Mas devido a burocracias, provavelmente eu só trabalharia no dia 27, quando vai ter jogo de rugby Irlanda x Inglaterra (fuck UK!).

E assim fui pra casa, feliz da vida e sedento por uma Guinness. O pessoal da nossa casa, o Luan e o Rodrigo tavam indo na Diceys, festa lotada de brasileiros e com pint barata. Pensei em ir, mas a noite merecia algo melhor. Então fomos, a Ana e eu, no pub aqui na esquina de casa (supostamente o mais antigo de Dublin) pra umas pints de comemoração. Acabamos premiados com música tradicional ao vivo e a melhor noite na Irlanda até agora. Íamos até gravar os velhinhos tocando, mas a bateria do celular da Ana acabou bem na hora. Que pena, agora teremos que voltar lá pra gravar e mostrar pra vocês...

Oito da manhã recebo uma ligação. Era a mulher do Aviva perguntando se eu teria como trabalhar IMEDIATAMENTE. Opa, estamos aí. Ela me mandou o endereço do lugar onde deveria ir por mensagem e deu instruções de como chegar lá. Era pra trabalhar lavando pratos no refeitório da Coca-Cola. Pouca gente, tranquilo. O problema foi ficar 4 horas de pé com um sapato 4 números menores que o meu (paulista pé de moça!).

Mas foi isso aí, estou vivo e de vez em quando empregado. E repito: QUE CRISE, QUE NADA!

(Acabei de ler o que escrevi e tem alguns erros e coisas mal escritas - além das prováveis falhas na memória -, mas tô com preguiça de arrumar.)

Beijos e abraços!

AH! To esperando minha edição impressa do BASTIÃO! Alguém mandou né??

Arthur

Malahide

Fomos convidados para ir pra Malahide fazer um piquenique no almoço. Acordamos "cedo" e demos uma passadinha no Tesco para fazer as comprinhas. Depois pegamos o Dart - que pra ir pra Malahide na verdade é o Dart Commuter, mais confortável e com banheiro - e em uns 30 min, nem isso, estávamos lá.

A primeira parada foi no Malahide Castle. O castelo foi construído no século 12, mas as duas torres redondas foram acrescentadas depois. Ele foi residência da família Talbot até 1973. A família Talbot foi defensora de Jaime II e, no dia da Batalha de Boyne, em 1690, membros da família tomaram seu último café da manhã lá. Triste!

O castelo foi construído numa área de 100 hectares. O negócio é enorme!

Depois fomos conhecer a cidade. Não chegamos a ir até a praia, mas fomos na marinha e deu pra ver um pouco da cidade. Adorei!

Ana

Killiney

Sábado depois do almoço fomos curtir uma praia. Tempo chuvoso, friozinho pra verão e água geladérrima, mas ainda sim uma praia. Pegamos o Dart e nos direcionamos para Killiney, acho que não deu vinte minutos de trem.

A praia é bem bonita, pena que o sol não apareceu muito. Areia tem só na beiradinha, porque o resto da orla é cheia de seixos (li agora essa palavra no Guia da Irlanda, mas são pedrinhas, pra quem não sabe). Não resistimos e molhamos nossos pés. GELADA!

Depois queríamos ir em direção a um castelo que tinha lá, mas era muito longe. Ficamos sabendo depois que o castelo foi construído em 1998, ou seja, FAKE - só pra atrair turista. Mas acabamos passando por uma casa que parecia um castelo. Nos falaram que talvez seja a casa da Enya - uma cantora que não sabia quem era até colocar no Google.

Fomos caminhando por uma rua da cidade em direção ao Killiney Hill Park. Antes de chegarmos lá passamos pela casa do Bono. Tu só enxerga um portão imenso, sem graça. Supostamente é essa praia que tem o m² de terra mais caro da Irlanda. O parque é bem bonito e nos proporcionou uma vista linda! Dava pra enxergar Howth, Bray e Dublin.

Ana

Primeira entrevista

Hi everybody!

Quinta-feira da semana passada uma mulher me ligou. Pra começar atendi falando ALÔ, porque imaginei que era algum brasileiro me ligando. Mas não. Era uma irish dizendo que me viu num site de au pair e queria marcar uma entrevista. Marcamos pra terça-feira, às 20h, na Bewley's Café. Fiquei feliz que a entrevista ia ser numa cafeteria que estava louca pra conhecer.

Infelizmente não vi absolutamente NADA da cafeteria. Eu estava tão nervosa, mas tão nervosa, que não lembro nem o que eu falei. Aliás, nem conseguia falar. Se em Porto Alegre quando tenho entrevista pra estágio eu já fico mega nervosa, imagina entrevista em inglês! A mulher ainda levou a filha dela, de dez anos, só pra me deixar mais nervosa e ficava me perguntando se eu não tinha nenhuma pergunta. Eu só dizia que não. "Suuure?" "Yes, sure." hahahaha. Mas ok, falei algumas frases em inglês, da minha """""""experiência"""""" de au pair no Brasil, da minha irmã e do que eu fazia aqui em Dublin. Só isso que eu lembro. Fiquei feliz que entendi bastante coisa que ela falou, mas fiquei triste por não conseguir dizer "I'm 21 years old."

No outro dia ela me ligou. Disse que tinha escolhido outra menina que ia ficar mais tempo aqui na Irlanda (UHUM) e disse que eu falei muito pouco. Yes, I know. Não tenho emprego, mas tenho motivo pra rir. Agora eu acho engraçado e meio ridículo, mas na hora o negócio foi punk.

Ana 

Mateada

Domingo fomos em um dos maiores eventos aqui de Dublin - a Mateada. Tá, não é um dos maiores eventos nada, mas tinha uma galerinha até. Ficamos sabendo do evento pela nossa flatmate, que ficou sabendo pelo Facebook. A Mateada juntou um pessoal da Argentina, Uruguai e do Rio Grande do Sul, todos reunidos no St. Stephens Green para apreciar a bebida campeira.

Fomos com mais três gaúchos, o paulista que mora com a gente - o mais gaúcho dos paulistas -, uma outra paulista e seu namorado francês.

Ficamos pouco tempo, mas foi bem legal se sentir um pouco em casa e escutar um pouco do castelhano. Ah, e o auge foi quando a castelhana organizadora do evento começou a gritar pedindo palmas pro sol que apareceu. Dois segundos depois o sol sumiu, e dez minutos depois choveu. Dublin, Dublin....

Crédito das duas primeiras fotos: Milena, nossa flatmate. :) 

Ana

Glendalough

Quinta fomos com a escola para Glendalough. Glendalough, conhecido também como Vale dos Dois Lagos, fica no condado de Wicklow, quase uma hora e pouco de Dublin. Lá existe um dos mais importantes monastérios em ruínas da Irlanda. Foi fundado por St. Kevin há 400 anos atrás. O lugar é bem legal e possui trilhas, dois lagos e muito verde. Dizem que é um dos lugares mais visitado da Irlanda. Valeu o passeio!

Ana 

Dublin Super Cup x Penneys - Parte 2

THE CELTS ARE IN TOWN! THE CELTS ARE IN TOWN!

Ao contrário da Ana, que foi GASTAR dinheiro no sábado, eu INVESTI meus trocados na Dublin Super Cup. Um sábado regado a futebol e cerveja, nada melhor.

A copa era no Aviva Stadium, um baita dum estádio, muito bonito. Nossos lugares ficavam a uns 5 metros do campo, bem perto da bandeirinha de escanteio. Pena que as fotos não dão a real sensação de distância. É claro que todos os gols dos dois jogos saíram na goleira oposta à que estávamos, mas pelo menos o Eto'o e o Sneijder jogaram pelo nosso lado.

Por ordem: o primeiro jogo era Manchester City x selecionado do campeonato irlandês. Os irish realmente não nasceram pra esse esporte afeminado que é o futebol. 3 x 0 pros ingleses, que contaram com a presença de uns poucos torcedores no estádio. Em cada gol, a torcida comemorava pulando de costas pro campo. Não consegui entender por que, alguém vai ter que me explicar...

Pausa pra uma Guinness, que mesmo em copo plástico é inexplicavelmente boa. O Aviva ia aos pouco lotando de torcedores de verde e branco (e laranja). O Celtic, apesar de ser da Escócia, jogava EM CASA. O jogo era contra a Inter de Milão. Em campo, nem parecia amistoso: Thiago Motta expulso e vários princípios de briga. Apesar da insistência do MATADOR Samaras e do CRAQUE Brown, o Celtic perdeu de 2 a 0. Mesmo com a derrota, a torcida, aos cânticos de I JUST CAN'T GET ENOUGH e também de costas pro gramado, festejou a presença do time escocês em Dublin.

Saldo do dia: matei a saudade de futebol, conheci o estádio mais bonito que já vi e alcancei um dos meus objetivos aqui na Europa - assistir a uma partida do Celtic.

Dublin Super Cup x Penneys - Parte 1

No último sábado fui abandonada pelo Arthur. Ele e o Luan foram ver dois jogos de futebol do Dublin Super Cup. Como o ingresso era absurdamente caro, não fui. Sorte do Arthur, tava numa TPM desgraçada.

Mas bem, como aqui não tenho como recorrer pra casa das gurias, churrasco da família, ou coisas do gênero, fui me GASTAR. Nada mais justo. Então, depois do almoço,  lá fui eu linda e contente pra Henry Street, a rua dos comércios daqui. Como não posso me dar ao luxo de ir nas lojas caras, fui direto pra Penneys. Que loja!  Ela é tipo uma Renner do Brasil, mas bem barata. Fiquei mais de uma hora olhando coisas, depois quase uma hora experimentando as roupas. Fora o momento poker face quando a mulher do vestiário não me deixou entrar com mais de seis peças e tive que pegar lá depois. Até agora não entendi o que aquela diaba me falou. Esse sotaque das Ilhas Maurício.. te falar hein! Comprei 3 blusinhas básicas, um casaquinho, uma manta preta, uma bolsa pequena e tipo um cesto em formato de cachorro, pra colocar roupa suja. Gastei 30 euros! A coisa mais cara foi o casaquinho, 5 euros. :D

Depois fui caminhando pela rua Temple Bar para ir pra casa. Me dei o prazer de sentar numa cafeteria e pedir um capuccino com um chocolate twist, que é tipo um croissant de chocolate. Pela primeira vez, em um mês de Dublin, achei um café bom. FINALMENTE! Nem na Starbucks é bom. Fiquei lá.. vendo o movimento, turistada de tudo quanto lugar do mundo. Depois fui pra casa.

Saldo do dia = comprei um monte de coisa, comi bem, fiquei feliz e ainda gastei menos que o Arthur! Depois falam que mulher que gasta dinheiro...

Mais tarde ele vem aqui contar o dia dele mostrando as fotinhos do estádio e do jogo.

Beijos

Ana